COLAR NOVO

Ganhei um colar novo; não um de ouro, mas um cervical.
Minhas hérnias de disco estão sorrindo, resultado de uma vida um pouco exagerada, com uns tombinhos aqui outro ali, seja de asa delta, de moto, skate e outros brinquedinhos de quem não tem o que fazer, além de perturbar o juízo da mãe, quando estava aqui, ou da esposa e filha, que ainda me aguentam.
Certo é que o Baleia ficará por mais alguns dias, me esperando de braços abertos, ainda não, sobre a Guanabara, ou Abrolhos, Fernando de Noronha, Caribe, e quem sabe um poquinho mais longe.
Cada vez que olho o Baleia, lembro do dia em que as plantas chegaram e me vi em uma errascada. "Agora já falei para todo mundo que vou fazer um barco e tenho que fazer". Depois foi quando montei o picadeiro; depois as primeiras ripas no lugar; o casco fechado; a virada, que de tão rápida, não deu nem tempo de filmar. Fechei a parte superior; fiz as portas; chegaram as catracas e moitões, juntamente com os púlpitos em inox; como é bonito o inox brilhando, recém polido. Quando chegou o motor, ai vi que não era brincadeira de moleque mesmo.
Com o Baleia aprendi que tudo acontece a seu tempo. Não adianta pintar antes de lixar com vontade.

UHHU AHHA eu e o Baleia precisamos nadar.