sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

PESAR


Esta é a estrada, ou o que sobrou dela, que liga Macaé à Nova Friburgo, na região serrana do Rio de Janeiro. Em busca de informações de familiares que moram em Friburgo, só de moto e tentando diversas trilhas consegui chegar lá. Era um cenário de pós guerra que dominava toda a paisagem. Prédios desabados, morros inteiros que escorreram tomando tudo pela frente. Carros de polícia, bombeiros, defesa civil, helicópteros e uma multidão andando meio sem rumo pelas ruas, procurando abrigo ou parentes e amigos perdidos.
Nós, que tivemos a sorte de revermos nossos parentes e amigos bem, lamentamos esta tragédia e nos solidarizamos com os que perderam seus entes queridos.
Como engenheiro civil sinto vergonha da maneira como permitimos a ocupação do solo, de forma tão irresponsável. Deixamos leigos e políticos decidirem a vida de quem vai virar estatística para que o mundo todo possa dizer que o "aquecimento global" está presente. Na Austrália tivemos uma grande inundação e pouco mais de uma dezena de vidas, uma tragédia, fosse perdida e nós, hoje, já contamos mais de 500 pessoas. Lamentável! Se não aprendermos com este dramático exemplo e mudarmos totalmente a forma de habitar este planeta, passaremos o resto de nossas vidas enterrando pessoas queridas, até que um dia alguém venha a nos enterrar.
A solução não é cara nem mirabolante. Basta não permitir a construção de casas em lugares onde o risco possa ser pequeno. Risco médio ou grande é crime contra a humanidade.

Um comentário:

  1. Estive novamente hoje em Friburgo, desta vez para buscar os parentes e traz~e-los para Macaé. O cenário era ainda pior. Logo que deixamos a cidade, a via de acesso desabou e a cidade acabou isolada. Tivemos sorte novamente. Hoje a noite está chovendo forte em Friburgo.

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