FESTA PARA O BALEIA

Mais de 30.000 entradas no blog, dos grandes amigos que acompanham esta tarefa divertida que é construir um SAMOA 28. Projeto do escritório do Cabinho, um gênio da construção amadora e grande incentivador à soltar as amarras e ganhar o mundo, a quem sou muito grato pela oportunidade.
Nestes três anos e meio, aprendi muito em técnicas e gambiarras, mas o maior aprendizado foi que a cada etapa nova, descobrimos que não sabemos nada novamente e temos que aprender. As vezes empaca e fico uma ou duas semanas sem nada acontecer e as vezes entro no "estaleiro" e avanço muito.
Ao lado dos outros construtores, que por vezes estamos na mesma etapa, um dando força para o outro; um aprendendo e ajudando o outro e torcendo para ele ir mais rápido, e pensar no problema antes de você; ou ele perguntar para algum construtor experiente e descobrir como furar um buraquinho em um lugar que mal cabe a mão. Ver o acabamento esmerado dos outros e se contorcer de medo de não conseguir fazer o mesmo.
Ver os olhos dos visitantes, as vezes incrédulos pelo trabalhão que deu, pelo casco redondo como ovo (literalmente aspero), ver as calças cheias de resina, uma quantidade de camisetas sujas absurda, a maioria delas de regatas que nem participo mais, por me dedicar ao mergulho, outra paixão, deixando meu Laser lá no sol quente.
Fica aqui o meu muito obrigado por entrar no blog e mesmo não comentando, voltar e voltar e acompanhar tudo de perto. Vendo o número de visitantes aumentar, sinto-me na obrigação de trabalhar no barco, pois tem gente querendo ver o resultado.

Feliz Natal e um ano de 2013 cheio de resina epóxi nas roupas. Espero que você também inicie seu sonho, seja ele qual for. A vida é muito curta para deixar o tempo escapar pelos dedos.

VOLTANDO A ATIVA

Ainda não entrei no estaleiro para ver como o Baleia está, pois esta semana começou com trabalho demais e terminou comigo na cama.
Uma virose tipo "dor, febre, sai por cima sai e por baixo" me derrubou.
Vou tentar trabalhar no Baleião amanhã.

Aguardem.

FURADO O IMPOSSIVEL

Ferro quente, mandril flexivel, furadeira angular e outras soluções diabólicas para o furo do tinhoso. Nada disso. Seguindo meus "instintos mais primitivos", onde eu era gentilmente conhecido como "prego e martelo", arranquei a madeirinha que fazia reforço do convés em cinco minutos e tive o acesso quase perfeito para a parafusadeira furar. Quase, pois se furasse tudo de cada lado, ficaria em um ângulo e ai, só entortando o parafuso. Furei um centímetro de cada lado com a broca de 8mm e o resto com uma broca bem mais fina e fui "arrombando" o buraco. Quando faltava pouco, usei um parafuso cabeça chata e fui com carinho, batendo e rodando. Vez por outra usava uma broca com as mãos, que comia mais um pouquinho. Usei também a serrinha da tico-tico, com as mãos. Fui cortando, arrombando, empurrando e está ai o resultado. Parafuso no lugar.
Falta só do outro lado, mais duas horas de agonia.

Sorte que a amostra de digital para renovar a carteira de motorista foi hoje, pois os dedos estão arrebentados.

FURANDO NO IMPOSSIVEL

 Como a furadeira não caberia mesmo, usei a parafusadeira, que é menor, para fazer alguns furos. O primeiro foi o mais dificil, pois colocar a máquina em esquadro não é nada facil, mas deu certo. Os outros foram acontecendo.

Até que sobraram dois. Um deles, o da esquerda superior, até que tem chance de dar certo, mas o outro, só com ajuda divina. Tenho uma micro parafusadeira que tinha grande possibilidade de dar certo. Morreu sem conseguir fazer cosquinha na parede blindada de tanta fibra.
Ai apareceu o Ataliba, meu fiel escudeiro, que depois de esmagar o dedo em uma das minhas faceadoras (laboratório de concreto), no mês passado, anda tirando onda de capitão gancho, com um arame em forma de anzol saindo do dedo mal educado; olhou e deu umas duas idéias; duas, e eu já estava esgotado de tanto pensar.
A que melhor me pareceu e ainda vou tentar é aquecer um ferro até ficar vermelho e "furar queimando". Claro que vou deixar um extintor de incêndio ao lado.
Vamos em frente.

BRANDAIS

Abri os rasgos no convés para colocação das chapas de inox que vão segurar os cabos dos mastros (fusis dos brandais). Por dentro do barco fiz dois furinhos (broca de 5mm) para dar uma guia por cima. Risquei, furei com broca de 10mm os extremos e cortei, sem muita coragem, os rasgos. Minha sugestão é cortar primeiro a face colada a fibra. Como a serra não corta facil fibra de vidro, e ela vai escorregando pela face, ficando bem alinhada. Colocar uma lâmpada por dentro ajuda a se guiar também, como na foto, que usei uma lâmpada de "emergência", de LED; desta baratinhas que vende em qualquer loja, usadas em escadas de edifícios.
Não dei muita importancia para o local exato dos guarda mancebos! Acabou ficando coladinho na chapa. Vamos "adequar" depois.

INOX

Comeceia a cortar a base do trilho da Genoa. Seguindo indicação do Marcos Delamare (Estaleiro Estrutural de Cabo Frio), vou fazer a base elevada desde a lateral e arredondar nos cantos.

Chegaram as poucas peças de inox que mandei fazer. Ficaram ótimas. Agora é a tarefa de furar em "espaço confinado".

MAIS DETALHES

Esta é a porta de entrada móvel. Fiz com duas folhas de compensado #9mm e sarrafos de 2cm x 4cm. Aproveitei e forrei com isopor.

 A porta corrediça, coloquei uns sarrafos laterais de 1,5cm x 2cm, forrei com isopor e cortei uma placa de compensado #5mm para forro.

No paiol de amarras utilizei sarrafos de 2cm x 2cm nas laterais e placa de compensado #9mm, a ser fibrada. Seguindo orientação do Marcos Delamare, que me fez uma visita ontem, vou abrir uma "boca" em cima e colocar uma proteção em fibra redonda, para evitar entrada de água. Sugeriu também colocar drenos dos dois lados do paiol. Eu havia feito de um lado só.

Aqui os sarrafos que vão segurar a porta móvel, ainda só apontados. O sarrafo horizontal inferior me pareceu, e confirmado pelo Marcos, baixo. Vou trocar por um mais alto, para evitar entrada de água.

COLANDO

Como o sol apareceu, decidi colar tudo o que dava.
Corrigi o alinhamento das vigias laterais e colei os colares em compensado #9mm. Fixei com muitos parafusos provisórios. Depois é arredondar e filetar, para poder fibrar.

A escada tive de colar em partes, pois não queria deixar parafusos provisórios para trás. Deixei ligeiramente caindo para popa.

O "telhado" de entrada apenas colei as peças, sem fixar no barco, pois tenho que fazer um reforço por dentro, para poder arredondar depois.

"Dias de luta, dias de glória".

ESCADA

 Aproveitei para cortar e apontar as peças do primeiro degrau da escada.

Vou deixar ligeiramente caindo para popa para evitar acúmulo de água na porta.
Agora é colar, filetar, resinar, fibrar, lixar, emassar, lixar, emassar, lixar, Galverette, Epa, lixar, lixar, lixar mais um pouco e pronto; só falta colocar o piso antederrapante e pintar. Simples assim.

MAIS DETALHES

Para garantir que o "telhado" fique com a mesma curvatura da porta de entrada, fixei uns sarrafos na linha de centro dela. Quando apoiei o teto, fez uma curva bonita.

Aqui uma pequena modificação do projeto, que acredito, vai combinar com a falta do parabrisa lá na frente da cabine (outra modificação - aprovada pelo Cabinho). Para cortar o compensado ( #9mm), risquei e cortei um molde de papelão. Perfeito.

Aqui a estrutura toda ponteada. Depois de colada, vou arredondar tudo com a super lixadeira de cinta. Na conecção teto x parabrisa vou colocar um reforço, para permitir o arredondamento.

E vamos em frente.

SEGUINDO EM FRENTE

Como a chuva deu uma trégua, aproveitei o happy hour para colar a porta deslizante. Sobrou resina, misturei com pó de lixa + micro esféra de vidro (acabou o Aerosil) e fiz uma plástica no nariz do baleia. Depois, quando eu fixar o treco que segura a âncora, faço uma cirurgia plástica fina.

Fibrei também a mesa da gaiúta grande e resinei a mesa da pequena. Fim de tarde produtiva.

Pergunta: a gaiúta abre para frente ou para trás? Para frente entra além da brisa refrescante, uma onda inteira. Para trás, protejo das ondas, mas evito o ventinho. Esta é uma pergunta de quem nunca teve barco e navegou muito pouco para reparar isto.

UHUU AHHA O BALEIA VAI NADAR.

GAIÚTA DE ENTRADA

Como a chuva não passa, aproveito para adiantar os cortes de madeira. Aqui a parte superior deslizante da Gaiúta de entrada. E não é que desliza mesmo?
 Os dois sarrafos laterais é para o "telhado" da gaiúta, que vou tentar arredondar o "parabrisa", aproximando do que eu fiz no teto do barco.
Espero que o Cabinho aprove estas pequenas mudanças na obra de arte dele, que é o projeto do SAMOA 28.

DETALHES

Cortei as mesas das Vigias laterais (seis) e mais uma para o Camarote de popa. Depois vou lixar e arredondar as laterais para fibrar no local.

Esta é a gaiúta menor, já fibrada e lixada. Ajustei os parafusos no local para preencher a cavidade com resina. Ficou muito boa. Após as chuvas, vou fibrar a maior da mesma maneira.

Gaiúta: uma janela para o mundo.

GAIÚTAS II

 Mesas das gaiútas superiores fixadas e filetadas. Depois vou lixar, arredondar o topo e fibrar. Achei mais prático utilizar a própria gaiúta como gabarito, mas como não protegi com plástico, foi uma dificuldade a mais fixar sem sujar o metal.

Na gaiúta de entrada, resolvi fibrar o trilho, pois me pareceu que um cunhado pesado, iria pisar ali um dia e quebrar. Agora é lixar e colocar massa, e lixar até ficar bem liso; depois Galverette, EPA, lixa e tinta. Facil como tirar doce da boca de uma sogra.

GAIÚTAS

Colocar fórmica não é tarefa facil, mas quando se coloca corretamente, com a cola bem "esperada', para tirar, só com formão e martelo. Este pedaço da entrada da cabine ficou me aguardando resolver se tiraria a fórmica aplicada, já que não devia ter mesmo. Tirei e apliquei fibra de vidro, pois é um parte exposta.

 Comecei a fazer a Gaiúta de entrada. Parece facil no projeto, bastando cortar meia dúzia de sarrafos, mas montar, em nível, alinhada e funcionando bem, vai dar trabalho. Para abrir o rasgo no sarrafo, calibrei a altura da serra circular, passei duas vezes e retirei o excesso com formão.

 Montei um quadro provisório para garantir que tudo não sairia do gabarito na hora da colagem. Como o barco não é plano, coloquei pequeno sarrafos com cola de pó de lixa + Aerosil e fixei tudo. Quando fui conferir o nivel na transversal, estava estranhamente perfeito, de primeira. Estranho!

Como não dava para avançar mais na Principal, comecei a fazer a "mesa"das outras gaiútas. O problema é alinhar e nivelar tudo. Vou colar só quando a chuva que chegou, permitir.

E vamos em frente.

BORDA FALSA II

Acima o sarrafo da Borda Falsa antes de ser lixado. Primeiro passei a lixadeira elétrica, A PODEROSA, depois foi na mão mesmo, com uma havaiana, branca, a legítima.

Depois de lixada, a Borda Falsa fica muito bonita. Já percebo a impressão de segurança com a presença dela. Várias vezes senti que ia escorregar e cair lá embaixo.
Para a fixação do sarrafo, que tem embaixo 3,5cm, ou seja grosso para fazer curvas, usei uma técnica antiga de telhado: "sangrei" a madeira na parte de fora, ou seja, pequenos corte com a tico-tico na face externa e pronto. Envergou igual a bambú.
Problemas: Quando fui tirar os parafusos provisórios, três acharam que deveriam morar ali. E dá-lhe formão, martelo, serra, até os desajustados sairem. Como não são de inox, não podiam ficar ali.

BORDA FALSA

Lixei os locais onde a Borda falsa deverá ser colada. Acho até que valeu a pena dar o shape de massa antes, pois agora é só acompanhar o que já está lixado.

Cortei sarrafos de 3,5cmx4cm, que deveriam ter as duas faces maiores em ângulo. Poderia usar a desempenadeira elétrica, mas daria um trabalhão e eu sou preguiçoso, por isso estou sempre procurando uma maneira mais facil de fazer tudo.
Peguei um alisar de porta, que já vem de fábrica em ângulo que serviu de apoio para os sarrafos quando passei no desengrosso. Como as duas faces teriam ângulo, precisei duplicar o alisar (dois juntos colados com fita crepe nas pontas) para passar a outra face. PERFEITO. A preguiça é uma dádiva!
Colei tudo com massa de colagem TUBOLIT, prendendo com parafusos provisórios. Para filetar, usei massa de filetar da TUBOLIT, mas só deu para um lado, pois tinha pouco.
No outro lado fiz uma massa usando Massa de Colagem TUBOLIT + Aerosil + Pó de Lixa

E vamos em frente com o apoio das gaiutas, na semana que vem.

UHHU AHHA O BALEIA QUER NADAR

PÉ DO MASTRO

 Tem dias que o trabalho rende. Comecei pela manhã lixando o local do Pé do Mastro, para retirar a massa. Cortei uma prancha de cedro com 30cmx40cmx7,5cm, arredondei o fundo e colei no local com massa de pó de lixa. Após o almoço, recheado de peixe e muita cerveja, aproveitei para dormir um pouco, que o corpo merece.
Com a desempenadeira elétrica, retirei uma cunha bem grande, até ficar na horizontal. Deixei um pouco mais alto, diferente do projeto para evitar água no pé do mastro (conforme comentário do Jorge (FURIOSO)).

 De uma vez só, filetei a lateral e fibrei com 3 camadas de manta 450 g/m2.

 Acho que ficou mais ajustado que boca de bode.

Mais bonito que sogra fritando camarão VG.

Agora é partir para a Borda Falsa.
Esta estratégia de passar a massa primeiro parece que foi bom para o Pé do Mastro, pois não atrapalha para lixar, mas para a Borda Falsa vai dar mais trabalho.

E vamos em frente que a REFENO nos aguarda.

LIXANDO E CERVEJANDO

 Meu novo brinquedo, feito a partir dos dois quebrados. A segunda lixadeira quebrou também e tive que desmontar a antiga para canibalizar peças. Aproveitei e soprei ela por dentro para tirar meio quilo de fibra, pó e outras tranqueiras que vão agarrando. Ficou nova a valente.

Acima uma foto repetitiva do trabalhão que é lixar a massa. E eu acabei de lixar só a primeira demão. Agora vem a catação de buracos, falhas ou mão pesada na lixa, com mais massa, somente para preencher. Depois é lembrar onde foi colocado e lixar novamente. na verdade eu vou marcar em volta com grafite.

Vamos em frente, lixando e cervejando.

LIXANDO E ANDANDO

Com a lixadeira de cinta dei uma “quebrada” nas imperfeições e continuei com a super Havaiana, a legítima, com lixa d'água #60. Dá trabalhão, mas fica parecendo barco de mauricinho.

Na foto dá para ver as quinas, que foram arredondadas com a Havaiana, em movimentos longitudinais e inclinados. Depois de umas duzentas passadas em cada lugar, se não estragar, fica bom!

MASSA NELE

Depois de férias nas terras de Napoleão, voltei para rever os amigos.
Após colocar o trabalho que paga as contas em dia, encarei mais um dia de massa no Baleia. Faltou força para passar dos dois quilos de massa. Basta ficar um tempo sem pegar no batente e os músculos, que não são muitos, já berram.
Tentei postar uma foto, mas quem berrou foi o computador.

Tudo bem. Depois de Paris, tudo está muito bem.

MASSA II

Continuando até dar calo nas mãos (mimimi da Carol), vamos em frente com a massa no convés. Passei a misturar 800 gramas de cada vez, já que a prática volta às mãos. Estou usando uma espátula daquelas de aplicar massa corrida em porta (aquelas brancas), tamanho pequeno, pois a pressão faz a grande deformar e deixar um rasto de massa mal aplicada para trás.
O objetivo é deixar o mais plano possivel, sem muita massa para lixar, nem pouca a acrescentar :)

Vamos em frente que o tempo não espera. 1..2....1..2....1..2.

MASSA

Após algumas viagens à trabalho, voltei a labuta no Baleia. Iniciei a massa no convés, pela proa e de meio em meio quilo de massa fui me arrastando até o teto. Parece que vai dar o mesmo trabalho que o fundo, mas pode ser apenas mimimi, como diria Carol.

Só para treinar: UHUU AHAA O BALEIA QUER NADAR.

RESINA II

Segunda demão de resina aplicada e devidamente lixada. Os joelhos ficaram um pouco prejudicados e por isso não pude participar das Olimpíadas de Londres.
Agora é só aplicar massa, lixar, mais massa, mais lixa, massa, lixa e pronto. Pronto para o Galverette, EPA e muita lixa novamente. Facil assim.

E agora não param de me perguntar se lá tem tubarão. Tem tubarão.

RESINA I

Com três quilos de resina dei a primeira demão após lixar a fibra. Antes da resina soprei com o compressor batendo, mais de meia hora. Um barulho infernal, mas ficou bem limpo.
Já estava com saudade de limpeza no barco.
Semana passada os projetos e obras não me permitiram avançar, mas esta semana vai render.

E vamos em frente.